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Un error también es un acierto.


*VERSÃO PORTUGUÊS ABAIXO *galería completa al final del post


Si hay un vicio dentro de todo fotógrafx a lo largo del tiempo esta es la perfección técnica. Sí, sé que el elemento de sorpresa y organicidad en un ensayo es algo que no debemos ignorar, pero cuanto más aprendo, leo y practico, más se entrena mi ojo en el arte de detectar “imperfecciones”. La experiencia viene y con ella empiezo a sopesar la técnica junto con la naturalidad, una pesa más que la otra dependiendo del caso, pero trato de ser siempre consciente de que las dos pueden - y deben, en mi caso - convivir.


Sobre las fotos de este post: fueron tomadas hace menos de un mes con una Agfa APX 400 que alguien –todavía estoy tratando de recordar quién era – me regaló. Revelo, escaneo y..... ahí están: fotografías dentro de un negativo muy, muy caducado. El grano exagerado, la luz que se filtra por los bordes, la pérdida de textura son algunas de las consecuencias de utilizar una película vencida y mal almacenada.

Siempre reitero que, si las fotos que vas a hacer caen dentro de la categoría de trabajo remunerado o de una sesión importante, evitá a toda costa utilizar película vencida si no tenés referencia del resultado y no sabés en qué condiciones estuvo guardada. Pues aquí estoy, ante el resultado de un posible fracaso, al menos a primera vista. Técnicamente hablando, estas fotos son puro desastre. Haz lo que digo, no lo que hago.


A medida que repaso cada una de las fotos, no puedo evitar pensar en el potencial que tendrían si se usaran en película fresca. Pienso en la textura que debería haber estado ahí y se perdió, en el grano que me hace perder la referencia dónde termina y comienza el ojo de la modelo. Luego también recuerdo el otro extremo de la balanza: que no siempre unx puede tener control sobre el resultado de lo que hace. Confiaba en el caso de que la película que estaba usando estaba en buenas condiciones. Respiro hondo, vuelvo a mirar las fotos con menos frustración que la última vez y empiezo a reconocer que hay cierta personalidad en este Agfa vencido. Hay una melancolía que no esperaba encontrar.



Sigo paseando por las imágenes y poco a poco empiezo a hacer las paces conmigo misma. Comienzo a reconocerme dentro de ellas y a adaptarme a esos granos exagerados que siempre trato de evitar. Vuelvo a respirar hondo y recuerdo por qué lo analógico me atrae tanto: convierte estos momentos de descontrol en algo más que nunca esperaría, permite que mis ojos le den otras oportunidades a mi trabajo y quién sabe en ese permiso para ser capaz de desviar mi camino detrás de imágenes que nunca antes había pensado en crear.


A veces cometer un error también es un acierto.




PORTUGUÊS

Se há um vício dentro de cada fotógrafx com o passar do tempo, é o da perfeição técnica. Sim, eu sei que o elemento surpresa e a questão orgânica de um ensaio é algo que não devemos ignorar, mas quanto mais eu aprendo, leio e pratico, mais meu olho é treinado na arte de detectar as “imperfeições”. A experiência vem e com ela começo a colocar na balança a técnica junto com a naturalidade, uma vez uma pesa mais que a outra, mas trato de sempre estar consciente que as duas podem – e devem, no meu caso – coexistir.



Sobre as fotos desse post: foram feitas há menos de um mês atrás usando um Agfa APX 400 que alguém – estou até agora tentando lembrar quem foi – me deu de presente. Revelo, escaneio e pum...aí estão elas, fotografias dentro de um negativo muito, mas muito vencido. Grão exagerado, luz filtrando pelas beiradas, perda de textura são algumas das consequências do uso de um filme vencido e mal armazenado.


Eu sempre reforço que se as fotos que você irá fazer entram dentro da categoria de trabalho pago ou sessão importante, evite a todo custo usar filme vencido se você não tem nenhuma referência do resultado e não sabe em que condições o filme foi armazenado. Pois bem, eis-me aqui dando de cara com o resultado de um possível fracasso, ao menos à primeira vista. Tecnicamente falando, essas fotos são puro desastre. Faça o que eu digo, não faça o que eu faço.


A medida que passo o olho em cada uma das fotos não posso evitar pensar no potencial que tinham se usadas em um filme fresco. Penso na textura que deveria estar lá e se perdeu, no grão que me faz perder o limite de onde termina e onde começa o olhar da modelo. Aí me lembro também do outro extremo da balança: que nem sempre você terá controle sobre o resultado do seu trabalho. Eu confiei no caso, que o filme que estava usando estava em bom estado. Respiro fundo, volto a olhar as fotos com menos frustração que da vez anterior e começo a reconhecer que há certa personalidade nesse Agfa vencido. Há uma melancolia que eu não esperava encontrar.


Continuo percorrendo as imagens e aos poucos, bem aos poucos, começo a fazer as pazes comigo mesma. Começo a me reconhecer dentro delas e me adaptar a esses grãos tão exagerados que eu sempre tanto tento evitar. Respiro fundo de novo e me lembro do porque a analógica me atrai tanto: ela faz com estes momentos de não-controle se transformem em outra coisa que eu nunca esperaria, permite aos meus olhos dar outras oportunidades ao meu trabalho e quem sabe nessa permissão ser capaz de desviar meu caminho atrás de imagens que eu antes nunca tinha pensado criar.


Às vezes errar também é um acerto.




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